domingo, 5 de janeiro de 2014

ÉTICA NO TRABALHO


Com base no Prefácio de Ruy Leal ao livro “Conduta Ética e sustentabilidade empresarial”, de Márcia Cristina Gonçalves de Souza, sugerimos esse livro aos nossos leitores.

Ao se receber a incumbência de prefaciar um livro, podemos ficar num misto de vaidosa alegria e de redobrada atenção. Quando, gentilmente, recebi o convite de Márcia Cristina Gonçalves de Souza para prefaciar seu consistente e gostoso livro “Ética no Ambiente de Trabalho”, assumi também a atitude de redobrada responsabilidade e detalhado cuidado. Nada mais justo e natural pelo tema em pauta, pela trajetória profissional e experiência que a autora possui em sua estrada de realizações. O assunto tratado em “Ética no Ambiente de Trabalho” necessita ser considerado com toda a nossa atenção. A história de nosso país apresenta incontáveis passagens e fatos que não podem ser considerados condutas limpas e éticas. Quando as 13 caravelas do navegador Pedro Álvares Cabral avistaram o Monte Pascoal em 22 de abril de 1500, afirmam alguns historiadores que, após fazer o reconhecimento da terra descoberta, Cabral pediu ao escrivão que registrasse a necessidade de o rei Dom Manoel liberar recursos para a construção de um porto para desembarque. O detalhe é que o porto naturalmente já existia na região em que se encontra hoje a cidade de Porto Seguro. Águas tranquilas protegidas por arrecifes, que permitiam que os barcos atracassem em segurança. Do Brasil colônia para cá, os registros históricos e judiciários apresentam infindáveis casos de desvios, roubos e crimes de toda ordem, além de questões e maquiavélicos movimentos políticos e econômicos com fins inconfessáveis. Agora, o mundo está globalizado e qualquer ato antiético ou criminoso que uma pessoa, um grupo de pessoas ou de organizações venha a realizar no meio empresarial, cedo ou tarde será conhecido e de domínio público. Os sistemas e os meios de controle empresariais estão mais aprimorados e públicos. As empresas se organizam melhor em tempos globalizados, conversam com frequência e estabelecem, com grande e necessária atenção, mecanismos de comunicação entre si. Se alguém tiver algum desvio de conduta, todos ficarão sabendo, pois todos se falam, diretamente ou por meio de suas associações, comunidades empresariais, ou mesmo pela participação da imprensa. A realidade é que, cada vez mais, a conduta ética é fator de sobrevivência empresarial e profissional. Não se trata de movimento da moda ou de iniciativa de poucos, com forças desarticuladas e sem objetivos claros a alcançar. Trata-se, sem dúvida, de um forçoso aprimoramento de conduta das pessoas no mundo corporativo, que vem se robustecendo para ficar. As empresas, de modo geral, quando iniciam um processo seletivo para seus quadros funcionais, procuram identificar, em cerca de 60% dos casos, quem o candidato é. Certo é que verificam também a capacidade técnica dos candidatos, porém, fundamentalmente, querem conhecer o caráter de quem irão contratar para fazer parte do time. Há quase dois séculos, Abraham Lincoln, disse: “Praticamente qualquer um pode suportar a adversidade, mas, se quiser testar o caráter de alguém, dê-lhe poder.” No mundo das empresas, essa citação se ajusta perfeitamente à realidade do cotidiano. Caráter, poder, possibilidades, escolhas, atos e consequências, tudo está conectado, como se fosse uma corrente, a partir de quem o binômio pessoa/profissional é. O livro “Ética no Ambiente de Trabalho”, de Márcia Cristina, oferece mais conteúdo e sentido à consistente atenção e às efetivas providências que as empresas precisam aplicar (e vêm aplicando) quando identificam pequenas ou grandes derrapadas éticas de componentes de seu quadro funcional. Fica evidente que o como se obtém determinado resultado é tão ou mais importante do que o próprio resultado em si, como também a conduta profissional dos integrantes de uma organização empresarial está, cada vez mais, sob permanente observação e acompanhamento. “Ética no Ambiente de Trabalho” chama a atenção e apresenta numerosas situações em que a ética e a conduta devem estar acima das vaidades e das práticas profissionais só confessáveis em mundos “muito pessoais e particulares”. É mais uma importante contribuição ao meio empresarial com que agora a autora nos brinda com base em sua valiosa experiência profissional. De fato, se fizermos a nossa parte, como Márcia Cristina vem fazendo a sua, construiremos um mundo melhor para todos, mais ético e justo, com cada um de nós ganhando com isso também. Leia e usufrua do livro sob essa ótica. (Ruy Leal, Superintendente-Geral do Instituto Via de Acesso)

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